o eu e o nós que procuro entender

o conexo entre nós tem me feito flutuar mesmo quando estou pesada, astronauta na via láctea. não entendo de tudo o que já foi mas sou apegada com o passado. entendo muito menos o que vem mas já estou triste pela partida nossa. e o que vamos construir?

sussuro que não quero te perder mas você não pode ouvir porque ainda nem me conhece. me deito na minha cama imaginária e te vejo ao longe sorrindo enquanto cozinha. sorrio de volta querendo descansar em você. manteiga derretendo na panela.

escrevo 25 textos todos os dias e não leio nenhum pra não ter que acordar meu inconsciente. durmo pesada e não falo durante a manhã, é alguém que se coloca no meu corpo. minha cabeça projeta e não anseia, é enquanto vive e cansa enquanto projeta. meus dedos não descansam e querem logo que meu pensamento termine para ter o que sentir. já minha cabeça, dói porque não sabe satisfazer os meus dedos, e muito menos ela mesma, psicótica pedindo ajuda.

estou pesada e leve, dolorida e nenhum pouco descansada. você já ouviu falar em loucura consciente? sussuro natural, reflexo inato que nós insistimos em nomear difícil. não me deixo pensar mais do que escrevo, a conexão entre nós pode ser além do etéreo.

me contradigo e penso, penso, penso, penso, conecto o que não existe com o presente tão palpável ao cheiro do meu quarto. cheiro de casa, conforto, dia chegando ao fim e insegurança na ponta da língua. vou perguntar se sente-se leve ou pesada, se ainda quer deitar comigo só porque não quero deixar que o agora nos canse, mas deixo que isso tudo não passe de projeções. deitados olhamos pro teto e enxergamos coisas. humana.